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Mieloma múltiplo
O mieloma múltiplo é um tipo de câncer que se forma nas células brancas do sangue, lá na medula óssea, com a alteração de células chamadas plasmócitos. Quando saudáveis, ajudam a combater infecções, produzindo anticorpos que reconhecem e atacam as bactérias, mas quando doente, proliferam-se de maneira desordenada e produzem uma proteína que pode afetar vários órgãos do corpo e causar complicações. Não existe uma causa clara que justifique essa alteração.
Os sinais e sintomas podem variar de paciente para paciente, bem como depender também do estágio da doença, podendo nem ter sintomas. Quando ocorrem, mais habitualmente vemos anemia associado a dor óssea, mas outros sintomas como fadiga, infecções frequentes, perda de apetite ou náuseas podem ocorrer.
Algumas vezes o Mieloma Múltiplo inicia com uma condição benigna, onde se detecta uma proteína alterada na eletroforese de proteínas, sem achados de doença, chamada de gamopatia monoclonal de significado indeterminado, motivo pelo qual deve-se manter acompanhamento e monitorização dos pacientes com essa alteração a fim de identificar o diagnóstico mais precoce do Mieloma, evitando complicações.
As complicações mais comuns do mieloma são infecções frequentes, lesões ósseas (tumores ou fraturas patológicas/espontâneas), acúmulo de proteínas no rim reduzindo sua função ou anemia.
O diagnóstico se faz através da avaliação da medula óssea, com mielograma ou biópsia, onde é evidenciado a presença de mais de 10% de plasmócitos doentes, que, se tardio, podem ser vistos no hemograma, mas nem sempre com o diagnóstico vem o tratamento. Se o mieloma múltiplo aparecer lentamente e não causar sinais ou sintomas, seu médico pode recomendar um monitoramento cuidadoso em vez de tratamento imediato.
Os critérios mais clássicos para início de tratamento foram recentemente revisados a fim de acrescentar mais critérios com bases nos novos exames de monitorização existente. Previamente conhecido somente como CRAB (carangueijo em inglês), onde cada sigla é um sintoma, outros critérios laboratoriais se adicionam:
-C - Cálcio elevado
-R - Renal / Acometimento renal
-A - Anemia
-B - Bone (inglês) / Acometimento ósseo
*Os critérios foram atualizados e entram hoje critérios laboratoriais:
-Mais de 60% de plasmócitos na medula óssea
-Relação FreeLite >100
-Mais de uma lesão focal >5mm visto em exame de imagem
Com a presença dos sintomas, estabelece-se um plano de tratamento com quimioterapia que geralmente é combinado. As drogas mais comumente usadas no mieloma são:
-Ciclofosfamida
-Bortezomibe
-Lenalidomida
-Talidomida
-Daratumumabe
-Melfalano
-Dexametasina
-Carfilzomibe
-Ixazomibe
-Prednisona
Em alguns casos, após a quimioterapia, pode-se realizar o transplante autólogo de medula óssea, onde, usando uma máquina de aférese, coletam-se células tronco do próprio, seguido de quimioterapia em alta dose.
Para os sintomas ósseos, o uso de bifosfonados (como o pamindronato ou ácido zolendrônico) ou anticorpo monoclonal (denosumabe) entram como auxiliares a quimioterapia.
Além do mieloma múltiplo, os plasmócitos estão envolvidos em outras patologias como o Plasmocitoma isolado, amiloidose de cadeia leve e Macroglobulinemia de Waldenstrom.
Dr. Emiliano Dantas
HEMATOLOGISTA
CREMEC 11145
RQE 6637
QUIMIOCLINIC - 3261-3111

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